sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Uma introdução

     Alô a todos!

    Estou abrindo página nesta plataforma porque, principalmente, cansei de escrever e largar meus escritos na gaveta. Cansei de falar e deixar o dito escorrer apenas para os ouvidos de minhas paredes. Cansei de pensar sozinha e de me torturar em tempestades de pensamento endógeno. Como uma mente pensante, sinto que tenho muito a dizer, e estou disposta a fazê-lo a quem quiser ouvir. Quero sentir a recepção das pessoas para todas as sensatas abobrinhas que tenho a dizer, e, acima de tudo, chamar a atenção para temas que me intrigam ou me tocam. Quero que outros saibam que tenho algo a acrescentar; tenho opiniões e um cérebro munido de suficiente madureza e independência para formá-las, mudá-las, conceber outras por si próprio, desatado da correnteza que parece varrer identidades e miolos consigo para longe, generalizando o pensamento, tornando-o algo bem simplório. Pensar de verdade é tarefa árdua, exercício que se torna raro. É difícil, nos angustia e desorienta, chega a doer. Pensar, que perigo!

    Recentemente, estive escrevendo um discurso de formatura. Como em toda boa ditadura - vivemos várias -, tive de passar pela censura, e entreguei o texto, relutante, à minha pedagoga para revisão. Ela tinha as seguintes - acertadas - considerações a fazer: “parece que você está desabafando. Está despejando no texto um monte de pensamentos, de impressões suas. Está refletindo, filosofando demais.” Tive que ouvir isso para perceber que realmente estava fazendo a coisa do jeito errado. Aquilo não era um discurso de formatura. Fiz outro, um muito simples, que atendia ao protocolo, e era bastante adequado à ocasião. Ficou bom, mas percebi que não tenho talento para escrever textos impessoais, e desprovidos de pensamentos. E que, tendo tanto na cabeça, quero falar, e ser ouvida. Quero falar pra mais gente, atingir quem quiser me ouvir, porque acho que tenho muita coisa válida para falar. Eu penso bastante. E, felizmente, consigo moer meus pensamentos em palavras.

    Enfim, esta página será bem assim. Minha coluna, meus textos, contendo minhas visões de mundo. (Por isso o meu nome no site, apesar do título diferente - e sugestivo.) Estarei falando as minhas verdades. Minhas, porque a verdade é algo muito subjetivo. Estarei desabafando e refletindo, ora filosofando e ora transmitindo impressões minhas acerca de temas como educação, feminismo, indústria da beleza e da celebridade, alienação e ideologia, nossos ocultos imaginários, preconceito e segregação e outras barbáries modernas, os bens e os males da contemporaneidade, os tempos de ontem, convenções, escolhas, autoconsciência, relações com o outro, cotidianos, literatura, comportamentos.

    É bem provável que vira e mexe eu comece mais ou menos como o segundo parágrafo acima “outro dia, me aconteceu isso assim assado, que me fez pensar nisto e naquiloutro”. Isso se explica porque, à medida que vamos vivendo, vamos observando e absorvendo contextos, e as pessoas que o fazem, e vamos recebendo coisas nas quais pensar, sensações as quais sentir e tentar explicar.

    Uma última coisa. Não tenho página em nenhuma rede social, e uso a dupla negação para enfatizá-lo. Vocês não me verão em outro eletrônico lugar nenhum além deste. Estou apenas aqui e aqui somente. Só o que quero tornar público são alguns dos meus pensamentos, vez que, com eles, de alguma forma, posso ajudar, contribuir, acrescentar. São tantas conversas vazias rolando por aí, se a minha for um pouquinho cheia, como acho que é, estou feliz, e estarei feliz em dividi-la com vocês, multiplicá-las com a sua ajuda.

    Tentarei escrever semanalmente. É uma frequência que deve funcionar pra mim e pra vocês. Sou naturalmente densa, e acho que meus escritos acompanham essa tendência, então é bem possível que ninguém vá querer lê-los em periodicidade maior que esta.

    Saudações estreantes,

    Vitória
   

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