quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Perfumaria
Tanto me acusam
De perfumeira
De boticária
História afim
Pois eu não tenho
Avental fresco
Máscara velha
Luva marfim
Meu uniforme
é muito outro
é desnudado, é literário
escritartista
é aguerrido
Em conteúdo
Tenho fragrâncias
Tântras ao cheiro
Pura mistura
Lindezas mil
Muito me alegra
Mais que a tristeza
Tanta beleza
Que aspira ao fim
Fim das mazelas
Fim das tragédias
De todo dia
Tão desiguais
Fim das surdezas
Fim dos mutismos
Fim dos tampões
Viva aos motins!
Mais que o debate
Tanto me bate
Um outrossim
É a gastura das cem palavras
Sem meio ou fim
É a eloquência
De tantos gestos
Num teatrado
Vazio tinto
Falácia ao sol
Quanto mais vejo,
Quanto mais ouço,
Mais acredito
nisto que digo:
Perfumaria
Mui formidável
E mais do que isso
Essencial
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