Na jardinagem, a poda é concebida como uma prática necessária. É um corte grandemente positivo, uma ação que recorta da planta suas partes mais velhas ou fracas ou em excesso e, assim, viabiliza renovado crescimento.
Nós, seres humanos, temos o incrível talento de complicar o simples, deixando de enxergar o claro e óbvio. Se nos lembrássemos de descomplicar, perceberíamos que temos muito a aprender com as outras vidas que dizemos ter “domesticado”, como os animais e as plantas. Com estas, por exemplo, podemos ver o viçoso efeito que uma poda bem feita pode causar.
Pois, é mesmo importante aparar - não só espinhos, mas também as flores cujo botão já abriu-se em esplendor e decaiu-se em desgaste. Sem isso, a planta não vai para frente, a gente não vai para frente. É preciso cortar os excessos, os acúmulos que nos amarram, que nos empacam, para que possamos progredir. É essencial convidar o inesperado que traga suas belezas e surpresas ao desamarrar-se um pouco do planejado, permitir que a nova temporada de flores venha ao abdicar da velha.
Às vezes, a gente tem dificuldade de desapegar. Desapegar, desapontar, dizer “não”, dizer “basta”, dizer “adeus”. Porém, passado o parto inicial de fazê-lo, a dor ardida e pontada que parece nos atingir no momento, quase sempre nos damos conta de que esta era mesmo a melhor coisa que podíamos fazer. Que nós nos libertamos, não só do que necessariamente nos fazia mal, mas também o que nenhum bem fazia ao somente ocupar espaço e assim nos impedir o movimento, a abertura mais larga de horizontes, a dilatação de fronteiras, o encontro com o novo que estava ali, apenas na esquina, nos esperando.
Em suma, meus amigos, podemos. Podemos dores que vem se arrastando metálica, fria e barulhentamente como correntes. Podemos amores que não correspondem, que não valem a pena, que mais fazem sofrer do que sorrir. Podemos amigos que não mais nos amigam, ou que querem nos amigar a caminhos que não queremos seguir.
Podemos tralhas que atravanquem o guarda-roupa, livros que não leremos mais, roupas cujo vestir incomoda. Podemos tudo o que está embrenhando a nossa vida. Deixemos que o chão limpo, a terra fecunda, os galhos renovados e fortes nos tragam floradas mais brilhantes, façam o sol entrar sem limites e sem ressalvas.
Nós, seres humanos, temos o incrível talento de complicar o simples, deixando de enxergar o claro e óbvio. Se nos lembrássemos de descomplicar, perceberíamos que temos muito a aprender com as outras vidas que dizemos ter “domesticado”, como os animais e as plantas. Com estas, por exemplo, podemos ver o viçoso efeito que uma poda bem feita pode causar.
Pois, é mesmo importante aparar - não só espinhos, mas também as flores cujo botão já abriu-se em esplendor e decaiu-se em desgaste. Sem isso, a planta não vai para frente, a gente não vai para frente. É preciso cortar os excessos, os acúmulos que nos amarram, que nos empacam, para que possamos progredir. É essencial convidar o inesperado que traga suas belezas e surpresas ao desamarrar-se um pouco do planejado, permitir que a nova temporada de flores venha ao abdicar da velha.
Às vezes, a gente tem dificuldade de desapegar. Desapegar, desapontar, dizer “não”, dizer “basta”, dizer “adeus”. Porém, passado o parto inicial de fazê-lo, a dor ardida e pontada que parece nos atingir no momento, quase sempre nos damos conta de que esta era mesmo a melhor coisa que podíamos fazer. Que nós nos libertamos, não só do que necessariamente nos fazia mal, mas também o que nenhum bem fazia ao somente ocupar espaço e assim nos impedir o movimento, a abertura mais larga de horizontes, a dilatação de fronteiras, o encontro com o novo que estava ali, apenas na esquina, nos esperando.
Em suma, meus amigos, podemos. Podemos dores que vem se arrastando metálica, fria e barulhentamente como correntes. Podemos amores que não correspondem, que não valem a pena, que mais fazem sofrer do que sorrir. Podemos amigos que não mais nos amigam, ou que querem nos amigar a caminhos que não queremos seguir.
Podemos tralhas que atravanquem o guarda-roupa, livros que não leremos mais, roupas cujo vestir incomoda. Podemos tudo o que está embrenhando a nossa vida. Deixemos que o chão limpo, a terra fecunda, os galhos renovados e fortes nos tragam floradas mais brilhantes, façam o sol entrar sem limites e sem ressalvas.
Amei o texto!
ResponderExcluirBeijos!
Muito obrigada, Júlia!
ExcluirBeijos!
Cada vez mais formidáveis seus textos, Majestade! Orgulho de ser seu parceiro de trabalho.
ResponderExcluirValeu, Lucas!
ExcluirValeu, Lucas!
ExcluirCada vez mais formidáveis seus textos, Majestade! Orgulho de ser seu parceiro de trabalho.
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